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Método Gamificação: Estude como se fosse um jogo

gamificação de estudos

Por mais que você use as melhores técnicas e métodos de estudo e tenha acesso aos melhores livros e professores, estudar pode ser muito maçante! Pode te deixar quebrado, deprimido e, ao final, reprovado.

Se estudar é maçante para você, talvez valha a pena gamificar seus estudos, tratá-lo como um joguinho. Esta técnica é utilizada por milhares de estudantes pelo mundo que juram de pé junto que saíram da mesmice e abandonaram a procrastinação ao transformar seus estudos em um jogo.

Estamos, no trabalho, decidindo se seguiremos esse caminho e decidi resumir os argumentos favoráveis e contrários e as melhores ferramentas para que, talvez, isso possa lhe ajudar a estudar melhor. E, antes de dizer que isso é coisa para criança e que não serve para você, lembre-se que o grande Dimitri Mendeleev, o sinistramente inteligente cientista que criou a primeira versão da tabela periódica, utilizava a gamificação para aprender e para ensinar.

O que é gamificar?

Lembra quando a vida era mais simples e você passava horas e horas jogando? Ficava entretido e era desafiado a superar fases difíceis. Ao vencer, ao passar de fase, uma boa dose de dopamina era liberada e aquela satisfação, elação, te deixava super feliz, não é mesmo?

É possível utilizar esses parâmetros nos estudos, incorporando elementos tradicionais de vídeo games que fazem deles divertidos, engajantes e recompensadores. É possível adaptar narrativas, ajustar o design e criar sistema de upgrades e recompensas que faz do estudo uma atividade mais agradável e, para muitos, mais produtiva.

Essa é a lógica da gamificação do aprendizado: mantê-lo envolvido, focado, engajado e, ao fim, dopaminado!

Para funcionar é necessário que elementos centrais dos joguinhos sejam incluídos em seus estudos. Dos elementos que permeiam os jogos mais tradicionais, desde tetris® e Candy Crush®, passando por Alex Kidd®, Resident Evil®, D&D® e até mesmo os modernos Pokémon go® e Elden Ring®, os pontos centrais são:

  • Normas e regras de ação: Todo jogo possui regras claras e definidas previamente, para criar um ambiente previsível e limitar o número de possibilidades disponíveis em seu ambiente de ação. Regras sobre movimento, equipamentos, forma e custos de upgrades e condições para passar de fase e vencer são tradicionais e devem ser consideradas em seu plano de gamificação. E lembre-se: se não seguir as regras você perde!
  • Objetivos: O que seria dos joguinhos se não fossem os objetivos, certo? Lembra do Alex Kidd, do Master System? Seus objetivos eram achar seu pai, resgatar seu irmão, restaurar o reino e derrotar os asseclas do usurpador Janken. De forma análoga, no Resident Evil 1 os policiais Chris e Jill precisam fugir da mansão infestada por zumbis. São objetivos claros e diretos.
  • Resolução de desafios: Agora, para conseguir atingir seus objetivos, o jogo apresentará desafios que precisam ser superados. Imagine uma campanha de Dungeons & Dragons e ao seguir um caminho na floresta em busca de um tesouro mágico você encontra uma horda de goblins sanguinários e precisará acionar sua força, destreza, constituição, inteligência, sabedoria e carisma para usar armas, equipamentos e feitiços para vencê-los. Tudo seguindo as regras estabelecidas previamente.
  • Melhoria e adaptação: Todo jogador de respeito sabe que se deve comprar melhores equipamentos e atributos para vencer os chefes das fases seguintes. Sejam espadas, poções, novas rodas ou balas de chocolate, os upgrades são necessários para melhorar as chances de se vencer os desafios apresentados pelo jogo. Às vezes, mesmo com uma nova pistola, você não conseguirá vencer a hora de zumbis que tentam entrar em sua penitenciária, mas, talvez, consiga com uma espada katana afiada.
  • Vitória e celebração: Passou de fase? Venceu um chefe fortão ou conseguiu resgatar seu irmão aprisionado pelo usurpador? Ótimo! Sinta a dopamina funcionando em seu cérebro, ajudando nas sinapses e influenciando suas emoções, aprendizado, humor e foco. Esse reforço positivo é necessário para nos sentirmos bem e até mesmo para que nossa espécie se reproduza. Esse sentimento gostoso de vencer é fundamental para que você tente de novo amanhã.

Em seu livro Gamification Book: Actionable Gamification – Beyond Points, Badges, and Leaderboards , Yu-kai Chou estabelece 8 valores centrais para a gamificação, com diversas técnicas adicionais que podem ser aprofundadas caso haja interesse.

Exemplos de técnicas de gamificação de estudos

  1. Crie metas claras: responder 20 questões, ler 2 capítulos ou revisar 4 conceitos, por exemplo;
  2. Crie pontuações para cada meta: leu o que devia? Cinco pontos; resolveu os exercícios, 3 pontos;
  3. Progresso visível sempre: faça um quadro para acompanhar seu progresso, com a pontuação diária, semanal e total;
  4. Crie recompensas apropriadas: conseguir 100 pontos pode significar passar de fase, então você pode ganhar uma recompensa, como alguns minutos para ver um seriado ou um lanche (saudável) no sofá;
  5. Busque um companheiro de jornada: está estudando para um concurso? Ache alguém que estude para a mesma prova e trabalhem juntos, competindo e colaborando. Pode ser sua cara-metade, seu amigão da época da escola ou o vizinho que vive na sua casa.

Tudo parece difícil de imaginar e implementar? Então confira os aplicativos mais conhecidos para a gamificação dos estudos:

Aplicativos que gamificam seus estudos

O aplicativo que acho mais legal para gamificar hábitos, inclusive de estudo, é o habitica, que possui versões móveis para android e iOS e pode ser usado no navegador também. Esse aplicativo é bem completo e serve para estudos, hábitos de saúde e de condicionamento físico e ainda permite criar times e competir. Tudo ajustado para parecer um RPG pixelado, com armaduras, escudos e monstros. Se você está querendo começar agora, ou só conhecer o método de gamificação, tente esse primeiro.

O segundo aplicativo é o My Study Life que parece muito mais sério do que o habitica, já que não tem bonequinhos ou monstros de RPG. Esse é um aplicativo que dá selos e medalhas ao se concluir metas e objetivos. Serve, também, como um planejador e agenda de tarefas e compromissos. É o aplicativo ideal para quem quer gamificar sem parecer brincar com monstrinhos.

O terceiro app, forest, tem versões para celular e para navegadores chromium. É menos complicado e permite que se plante uma semente de árvore e, ao manter o foco e não futucar no celular, a semente vai crescendo e evoluindo. Serve como um aplicativo para manter o foco e seguir a lógica do método pomodoro. É mais simples e, por isso, serve muito bem para quem não quer desenvolver um sistema complexo.

Agora, se você quer fazer um sistema simples para começar, que tal uma tabelinha?

Gamificação simples com uma tabelinha

Fiz uma tabela simples para contabilizar pontos e acompanhar o desenvolvimento de hábitos e o cumprimento do planejamento. Olha só:

tabela de pontos

Nada poderia ser mais simples! Estabeleci uma pontuação para diversos itens da minha agenda e faço a contabilização dos pontos antes de fechar o computador, todos os dias. Assim, só de olhar para a tabela sei como estou em relação às tarefas e afazeres.

Tenho três tipos de pontuação que incluo nessa tabela. Meus tomates, as tarefas planejadas e a continuidade tipo Seinfeld. Explicarei e você vê se faz sentido para você ou se pode ajustar de alguma maneira para ser útil.

Primeiro, os tomates: este é o famoso método pomodoro e para usá-lo você vai precisar de um timer e um local para anotar suas atividades! Cada “bloco” de pomodoro dura cerca de 2 horas, sendo composto por 4 espaços de trabalho, de 25 minutos cada um, de 3 espaços curtos de descanso (de 5 minutos) e 1 espaço grande de descanso (de 20 ou 30 minutos). Cada vez que faço um bloco desse, ganho 2 pontos. Fiz 4 tomates, ganho 2 pontos, mas se fizer 3 tomates ganho 1 ponto, 2 tomates 0,5 ponto e 1 tomate não ganho nada. Os tomates são para estudar ou para tarefas extensas que devem ser quebradas em pedacinhos.

Depois, as tarefas planejadas. Todos os dias começo com uma rotina de ajustar as tarefas, suas prioridades e sua distribuição pelo dia. Para cada tarefa marcada como ⏫, ou seja: prioridade alta, vale 1 ponto. As tarefas de 🔼 (prioridade média) valem 0,5 e as de 🔽 (prioridade baixa) só 0,25. Tento planejar 3⏫, 4🔼 e 4🔽 por dia.

Por fim, a corrente de hábitos que não pode ser quebrada! Para cada ✅ eu ganho 0,5 e para cada ❌ perco 0,5. Pensei em colocar o ❌ com - 1, mas ficou um pouco puxado demais. Lembra que falei sobre hábitos? Olha a tabelinha:

tabela de hábitos

No dia 28 fiquei devendo 1 ponto e no dia 29 empatei. De lá para cá incluí mais 6 hábitos e tenho conseguido manter o valor positivo.

Ao final do dia é necessário fazer a soma dos pontos acumulados e lançar esse valor na tabela. Ela tem 53 linhas, sendo uma para cada semana do ano e estabeleci a meta semanal como de 100 pontos. Ao alcançar a meta semanal eu me recompenso e quando não consigo não há punição, mas a recompensa não será saboreada.

Existe aqui uma amálgama dos métodos pomodoro e seinfeld, que podem e devem ser usados em conjunto para se alcançar os objetivos. São poderosos e podem funcionar juntos!

O mais importante, no entanto, é tentar alcançar os 100 pontos semanais e manter esse caminho desafiador. Imagine que em uma semana tranquila você consiga marcar 150 pontos. Neste caso, a meta de 100 pontos é baixa e nem um pouco desafiadora, não servindo ao propósito de ser estimulante para que se ganhe a dopamina recompensadora. Lembre-se que além da recompensa que você estabeleceu, o desafio, ao ser vencido, também trará uma boa dose de dopamina, que dá aquele sentimento de felicidade.

Se o seu método de estudos não está funcionando, dê uma olhadinha nesse método e na tabela e tente implementá-la. Pode ser que funcione muito bem e te ajude a sair do marasmo tão comum nos estudantes.

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